top of page

LIVROS DE HORAS

Os Livros de horas são exemplos de manuscritos iluminados que foram muito comuns durante o Medievo, com uma grande produção entre os séculos XIII e XVI. Caracterizado como livro pessoal, tinha a função de auxiliar os leigos nas orações diárias, delineando-se de acordo com os anseios e aspectos devocionais regionais daquele que o possuía. Em seu conteúdo encontravam-se textos essenciais e opcionais, escritos em sua maioria em latim, permeados por imagens que, além do intuito decorativo, exerciam a função pedagógica referente à mensagem transmitida no texto, buscando instigar a comoção e a reflexão. Em geral, tais ilustrações representavam aspectos do cotidiano social e religioso do período, a exemplo das atividades camponesas e dos costumes fúnebres. Diversos elementos foram utilizados para servir a estas composições, tais como, calendários, fragmentos do Evangelho, orações para a Virgem, as horas da cruz e do Espírito Santo, salmos e litanias, ofício dos mortos e sufrágios. Tais elementos traziam ensinamentos da vida de Jesus Cristo, conjuntos de orações e hinos para cada momento do dia de acordo com a divisão canônica, orações e preces intercessoras, além de conter textos voltados para a preparação para a morte. Diferentemente de uma leitura coletiva e produzida em voz alta, os livros de horas apresentavam-se como uma leitura privada e silenciosa, ou seja, de culto particular. Tal aspecto denota uma perspectiva religiosa que se propunha mais reflexiva e voltada à experiência pessoal, identificando o desenvolvimento de uma nova espiritualidade.

No ensino de História Medieval pode-se abordar os livros de horas a partir das funções sociais que exerciam, como, por exemplo, seu aspecto individual, bem como os sentidos e práticas que provocavam no contexto em que estavam inseridos. As iluminuras também podem ser abordadas como documentos de expressão da espiritualidade do contexto, as quais representavam um importante aspecto na composição dos livros, partindo de suas representações e convenções pode-se abordar o imaginário social e religioso.

SANTOS, Italúzia P. C. Livros de horas. In: Projeto de Monitoria Fontes para o Ensino de História Medieval (Universidade de Pernambuco/campus Petrolina). Disponível em: https://fontesmedievais.wixsite.com/fontesdomedievo/livros-de-horas 

Referências

GODOI, Pamela Wanessa. Imagens religiosas nos manuscritos medievais. In: III Encontro Nacional de Estudos da Imagem. 03 a 06 de maio de 2011 - Londrina, 2011, p. 2276-2286 (PDF)

GUERRERO, Laura Klemz. Livros de horas manuscritos: uma abordagem codicológica. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Biblioteconomia) - Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2007 (PDF)

Livros de horas. In: Dicionário da Idade Média (organizado por H. R. Loyn). Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1990.

SOUZA, Maria Izabel Escano Duarte de. O ciclo iconográfico da vida da Virgem Maria nos livros de horas da Real Biblioteca Portuguesa. In: IX EHA - Encontro de História da Arte - Unicamp. 2013, p. 242-251 (PDF)

bottom of page