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ROMANCES DE AVENTURA

Basicamente apresentavam dois tipos, o roman courtois e o roman d'aventurs, e três ciclos, ou seja, o bretão, o clássico e o carolíngio. O romance de aventura representa o gênero literário escrito em língua vernácula de maior alcançe social e cultural. Seus enredos exploravam o anseio por aventura, apresentando características em que se fazem presentes monstros, fadas, gigantes, cavaleiros e donzelas, com temas voltados para os séculos XII a XV. Assim como as poesias épicas, os romances de aventura tratavam do âmbito  cavaleiresco, explorando amplamente suas virtudes e valores na sociedade da época e os reflexos dos anseios desta sociedade, ou seja, da  nobreza feudal, principal público e que também atuava como patrocinadora dessa produção. Portanto, essas narrativas giravam em torno de combates dicotomistas, apresentando um aguçado senso justiça associado aos valores cristãos, juntamente com abordagens do imaginário e do realismo social (banquetes, vestuários, hierarquia social, valores e códigos morais ) que formavam os enredos que entretiam a sociedade medieval e atuavam de forma pedagógica.

Os romances de aventura, em consonância com os valores da sociedade do período, enalteciam o cavaleiro, símbolo de virtudes heróicas e comprometimentos sociais e cristãos, representante de um modelo ao qual se deveria imitar. Diferentemente das Canções de Gesta, que apresentavam-se essencialmente orais, os romances eram seletivos estando restritos às cortes. Os romances de Aventura apresentam em si aspectos da sociedade que os produziu sendo, portanto, uma documentação valiosa através da qual se pode notar perspectivas deste meio social e de seu imaginário. Portanto, é  cabivel a partir dessas produções propor análises das representações do cavaleiro, símbolo social medieval, bem como a possibilidade de se explorar o amor cortês e as representações aludidas ao papel da mulher para a sociedade em questão. Visto que se trata de um gênero literário que permanece sendo reproduzido nas produções culturais da atualidade, pode ser trabalhado a partir de filmes e produções literárias, propondo paralelos com as apropriações que se fazem das narrativas medievais no mundo contemporâneo. 

SANTOS, Italúzia P. C. Romances de Aventura. In: Projeto de Monitoria Fontes para o Ensino de História Medieval (Universidade de Pernambuco/campus Petrolina). Disponível em: http://fontesmedievais.wixsite.com/fontesdomedievo/romances-de-aventura 

Referências

GUMIERI, Edeniúce Bernabé. A educação dos homens nos castelos medievais. Séculos XI-XIII. Acta Scientiarum, Num. 22, Vol. 1, p. 175-180, 2000 (PDF).

MEDEIROS, Márcia Maria de. Romance de Cavalaria: tessituras entre arte e mito na literatura medieval. Interdisciplinas, Ano 3, Vol. 7, Num. 7, p. 137-146, jul/dez 2008 (PDF).

PAZ, Demétrio Alves. O idealismo cavaleiresco medieval revisitado: três renascentistas antecessores de Dom Quixote e um romântico idealista. Tese de Doutorado - Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, 2011 (PDF).

Romances de Aventura. In: Dicionário da Idade Média (organizado por H. R. Loyn). Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1990.

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